5 poemas que mais me tocaram de Rupi Kaur

Conheci a Rupi Kaur por uma amiga que me presenteou com um de seus livros, “Outros jeitos de usar a boca”. É dislacerante a forma como ela descreve suas emoções e nos ensina, delicadamente, a nos amarmos o quanto antes. É urgente aprendermos a nos olhar, a nos sentir e, o mais importante, a nos interpretar. Como nosso corpo reage?

Eu sempre digo para minhas amigas quando me pedem opinião sobre alguma coisa decisiva: “o sim vem fácil”.

Somos feitas de alegrias, tristezas, angústias e muitos, muitos traumas. Mas é nesse edifício arranha-céu que podemos ver as flores, ultrapassando as nuvens tempestivas. Vamos navegar um pouco nas poesias dessa escritora contemporânea incrível?

Separei cinco poemas para a gente refletirmos juntas.

#1 O corpo reage

confie no seu corpo

ele reage ao que é certo e errado

melhor do que a sua mente

[livro O que o sol faz com as flores]

#2 Como você se ama é como você ensina os outros a te amar

se você não é suficiente para si mesmo

você nunca será suficientepara outra pessoa

[livro Leite e Mel]

#3 A entrega mais difícil

transei ela disse

mas não sei

como é fazer amor

[livro Outros jeitos de usar a boca]

#4 Falar é liberdade

você tinha tanto medo

da minha voz

que eu decii

ter medo também

[livro Outros jeitos de usar a boca]

#4 Palavras digestas

você me diz para ficar quieta porque

minhas opiniões me deixam menos bonita

mas fui feita com um incêndio na barriga

para que pudessem me apagar

não fui feita com leveza na língua

para que fosse fácil de engolir

fui feita pesada

metade lâmina metade seda

difícil de esquecer e não tão fácil

de entender

[livro Outros jeitos de usar a boca]

#5 O medo de dormir

nossos joelhos

arreganhados

por primos

e tios

e homens

nossos corpos manipulados

pelas pessoas erradas

que mesmo numa cama segura

sentimos medo

[livro Outros jeitos de usar a boca]

Eu nunca saio ilesa dos poemas da Rupi Kaur. Eles me arrebatem, mas também curam. Ao longo de sua leitura, eu amadureço. Suas palavras cavam amor e suas diversas formas de sobreviver à ele, transformando a gente de dentro pro universo a fora, até encontrar um lar confortável pra você.

Você tem outros poemas que gosta dessa autora? Comente aqui! Também quero trocar com quem me lê.